A “Conversão de São Paulo” é uma das pinturas mais conhecidas de Caravaggio, pintada entre os anos 1600 e 1601. Retrata a passagem bíblica de Atos dos apóstolos, capítulo 9, versículos de 1 a 9. A obra mostra São Paulo caído no chão com os braços abertos e olhos fechados e sua espada caída ao seu lado. Ele veste uma roupa que lembra uma armadura, usa uma capa vermelha e dois lenços brancos amarrados em seus braços. Mostra também um cavalo malhado; com a cabeça abaixada e uma pata dianteira levantada. Um homem, que supostamente seria um companheiro de viagem, segura o cabresto do animal e observa tudo com a testa franzida.
A pintura possui três figuras principais: o cavalo, São Paulo e o homem. A figura do cavalo leva mais destaque, tanto pela luz que o ilumina, quanto pela ocupação de espaço na tela. A iluminação no cavalo forma uma trajetória que nos leva ao corpo no chão. A luz também percorre os braços de São Paulo, guiando nossos olhos à expressão dele. O outro homem também recebe iluminação em seu rosto, mas bem pouca. As cores mais utilizadas foram o preto, que preenche quase todo o fundo e acentua a oposição claro-escuro, o vermelho quase alaranjado, que contrasta com as cores mais escuras da pintura e o marrom, que dá destaque ao cavalo, juntamente com um branco encardido. A obra é assimétrica, pois o jogo de luz e sombra leva a uma visualização diagonal da pintura, uma forte característica barroca.
A imagem transmite certa agonia, em parte pela atmosfera densa provida da escuridão ao fundo e também pelo apóstolo que está caído ao chão, surgindo também uma curiosidade em torno do motivo pelo o qual ele está ali. Esta emoção cresce a partir do momento em que vemos a figura do homem parado ao lado do cavalo, nos leva a pensar o que ele estaria fazendo ali, ou então, quem ele é. Portanto, a imagem torna-se interessante pela sua criatividade, pelas várias suposições que podemos fazer diante do ato de cada figura representada, deixando um ar de mistério. Além disso, os artifícios artísticos foram dispostos de uma forma que prende os olhos do espectador e os faz percorrer toda obra, até a total compreensão do conteúdo apresentado.
Autores: Márjorie Mota
Rômulo Paiva
Sonia Teixeira
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